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  • Aron Krause Litvin

COMO AS GRANDES PODERIAM SE APROXIMAR DAS STARTUPS?

Atualizado: 17 de jul. de 2020


Foto: Andy Lee


Parece que as startups encontraram mais um caminho para desenvolver seus negócios. Já é possível reconhecer cada vez mais organizações “tradicionais” que buscam se aproximar dos negócios emergentes. As motivações para esse movimento estratégico parecem convergir ao encontro de novas oportunidades e promessas exponenciais que as startups aportam. Com modelos de negócios, pouco inventivos, processos organizacionais engessados e estrutura operacional pesada, as grandes organizações descobrem um novo ambiente de negócios capaz de oxigenar sua forma de atuação. Querem diversificar seus negócios mirando novas receitas em um curto prazo. Com este objetivo, convocam chamadas temáticas para selecionarem startups para algum programa de aceleração. O recentíssimo Link Lab é um exemplo disso. Emerge na cidade de Florianópolis um novo ecossistema de startups, e as grandes empresas parecem já ter mapeado este movimento.

Empresas como Itaú Unibanco, através de sua iniciativa Cubo; Porto Seguro, com a aceleradora Oxigênio; EDP, com a EDP Starter, são apenas alguns exemplos que apontam para estes acontecimentos de integração do velho com o novo, do tradicional com a inovação, do conservador com a mudança. Como estabelecer uma aprendizagem sistêmica dentro da média ou da grande organização que direciona seus esforços para se conectar com as startups? Como todas as áreas da organização aprendem com estas conexões? Este ponto me parece o mais sensível e o mais distante daquilo que é possível observar no mercado. Para além dos ganhos financeiros potenciais, as organizações precisam se preparar para absorver o choque de cultura. Entendo que não cabe meramente reproduzir as práticas do contexto das startups, no qual existe uma corrida pela escalabilidade e uma necessidade intensa de comprovação do negócio. De um lado está a startup que precisa de dinheiro para investir nos seus processos de crescimento, do outro a empresa que tem dinheiro e, talvez, alguns mentores interessados em contribuir. O resultado disso é um processo igual ao de uma loteria, ou seja, é aguardar para que o ciclo da startup forneça resultados tangíveis que satisfaçam as expectativas da empresa investidora.

Não é porque se trata de uma startup (geralmente de base tecnológica, mas não necessariamente) que estamos diante de um modelo de negócio inovador. Tem muita startup fazendo mais do mesmo, se valendo das maravilhas da tecnologia para se anunciarem inovadoras. Há uma euforia do mercado corporativo em buscar maior convívio com este perfil de negócio. As convocatórias para as startups já deveriam estar posicionadas para enfrentarem um intercâmbio de cultura. É mover a organização de uma passividade fomentada pelo seu poder de investimento para uma atividade que desenvolva uma cultura colaborativa, ágil, fast fail. Desta forma, estaríamos promovendo mudanças reais no jeito como os negócios são feitos. Portanto, se a sua organização pretende incubar, acelerar ou adquirir startups, cabe uma preparação da sua abertura para uma mudança de cultura.

Tenha claro quais são os seus principais desafios de mudança, de forma abrangente em termos de processos, pessoas e ferramentas.

A partir disso, estabeleça um programa de aproximação com startups que faça sentido para o seu contexto de negócio. Programas "one size fits all" trazem retornos limitados se houver tempo de maturação do que se busca em termos de mudança sistêmica nos grandes negócios.

Esse texto foi escrito pelo Aron Krause Litvin e enviado para quem assina o Gulliver, a newsletter da Nômade.

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