O desafio inicial
Criar uma abordagem para conscientizar eletricistas de uma concessionária de energia elétrica sobre uso de equipamentos de segurança.
O resultado
Projeto "Você tem risco de quê?", que serviu para que os colaboradores passassem a tratar de modo diferente o tema segurança do trabalho, ficando mais pró-ativos e interessados no assunto.
ATIVIDADES PRÁTICAS CONSCIENTIZAM ELETRICISTAS SOBRE IMPORTÂNCIA DE USO DE EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA
A segurança do trabalho deve ser das principais preocupações em qualquer empresa. Isso se faz ainda mais necessário quando muitos dos funcionários têm contato direto com energia elétrica e se expõe a um risco que pode levar à morte.
Após ser procurado pela AES Sul, concessionária do serviço público de energia elétrica que mais tarde seria vendida e passaria a se chamar CPFL Sul, o Estúdio Nômade criou uma abordagem para trabalhar a consciência sobre o uso de equipamentos de segurança entre eletricistas da companhia. Na época, a empresa tinha mais de dois mil colaboradores próprios e 959 terceirizados e atendia cerca de 4 milhões de pessoas em 118 municípios da região centro-oeste do Rio Grande do Sul.
Dentre esses trabalhadores, eram os eletricistas que estavam mais expostos a riscos durante o expediente, já que atuavam diretamente em contato com a rede elétrica. Quando não utilizam Equipamentos de Proteção Individual (EPI) ou Coletiva (EPC), podem sofrer queimaduras, lesões, traumas ou até mesmo perder a vida.
Apesar de eles saberem da obrigatoriedade do uso dos equipamentos adequados, acabavam tendo um excesso de confiança por desempenhar aquela função todos os dias, o que fazia com que muitas vezes não respeitassem as regras de segurança. A responsabilidade por passar informações aos funcionários sobre esse assunto é das empresas concessionárias de energia elétrica, propiciando um ambiente mais seguro.
O trabalho proposto, intitulado "Você tem risco de quê?", foi de conscientização e sensibilização. Para isso, a Nômade organizou encontros com duração de cerca de duas horas cada em municípios de atuação da concessionária. Através de algumas técnicas e atividades práticas, os eletricistas eram instigados a repensarem a relação com equipamentos e procedimentos de segurança.
Apesar da curta duração dos encontros, o projeto deu bastante resultado, servindo para que o assunto passasse a ser tratado de uma maneira diferente pelos colaboradores. Segundo a companhia, eles ficaram mais pró-ativos e interessados no assunto. Infelizmente, não há dados sobre acidentes de trabalho para que se possa verificar diminuição depois do projeto.
Colaboradores
1.900
Nos 4 anos de atuação do Jogo de Ser Árvore foram impactados:
18
Cidades
+90%
Melhora na percepção de risco
+90%
de satisfação com os aprendizados adquiridos
Encontros marcados por atividades práticas
Após pesquisa e estudo, o Estúdio Nômade fez um levantamento do perfil de pessoas mais propensas a se acidentar dentro da AES Sul. A conclusão a que se chegou é que o funcionário predisposto a não cuidar da segurança é homem, tem menos de 55 anos e está nesse tipo de atividade há mais de cinco anos. Também é sério, agitado, ousado, confiante, prático e autossuficiente.
Para atingir esse perfil de colaborador, decidiu-se por focar em três intenções. A primeira delas foi o engajamento, propiciando aprendizagem entre colegas para aprimorar o envolvimento nas regras de segurança do trabalho. A segunda estava na autovalorização por parte dos funcionários, que foi feita através do resgate do sentimento e do reconhecimento da importância dos eletricistas para a vida das pessoas. Já a terceira dizia respeito a repensar o medo, trabalhando aquele temor que costuma deixar os homens em estado de alerta.

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Atividade prática em um dos 18 municípios que o projeto ocorreu.
A técnica utilizada para conduzir os encontros foi a do Teatro do Invisível. Com ela, atores que não se identificam como artistas envolvem o público em uma história. Eles criam um ambiente imersivo de experiência e propõem exercícios sobre a percepção de risco. Quatro temas foram selecionados para guiar os momentos. São eles: bem estar; prevenção; importância de cada colaborador no sistema; e análise e crítica.
Dois personagens foram criados. Um é Dutra, um cabo armeiro do Exército que diz já ter desarmado mais de 150 bombas em situações de alto risco. Ele é enérgico, frio, calculista e esperto. A outra é Raquel, psicóloga compreensiva e paciente que mostra que os ensinamentos de campo de Dutra são mais sérios do que aparentam.
Os exercícios possibilitaram fazer com que os eletricistas percebessem a importância da prudência e passassem a prever possíveis riscos antes de assumir qualquer tarefa. Em um deles, Dutra contava sua história e, em seguida, dizia que ali havia uma bomba utilizada em exercícios do Exército. Ele convidava então os colaboradores para uma prática, enfatizando que não oferecia risco à integridade física dos participantes, apenas às suas reputações. O objetivo era mostrar que até mesmo pessoas muito experientes e treinadas como Dutra devem tomar cuidado, parar caso não se sintam devidamente seguros e não ir adiante apenas para mostrar que são corajosos.
Já Raquel montou um cenário vivo, em que os colaboradores representavam elementos de movimento sistêmico, como o próprio eletricista, sua família, a empresa, os colegas, os amigos, o risco, os clientes, as tarefas e os equipamentos de proteção. Algumas movimentações foram realizadas de forma a mostrar como isso influencia diretamente na maneira como os representantes sentiam a relação uns aos outros. A cada mudança, todos contavam como reagiam. Assim, os participantes percebiam como tudo está interligado e como a exposição ao risco afeta amplamente a vida das pessoas.
Uma outra ferramenta utilizada foi a de Banco Comum de Conhecimentos. Primeiramente se coletaram ideias a partir da construção coletiva de uma ilustração, a fim de identificar crença. Em seguida, eles precisavam responder em uma ficha o que é fácil e o que é difícil no uso de equipamentos de proteção. Isso permitiu que mais tarde os gestores pudessem trabalhar estrategicamente nas equipes as respostas dadas.

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Material de compilação com o relatório das atividades e da pesquisa.
Assim como o "Você tem risco de quê?" trabalhou a consciência e a sensibilização dos eletricistas em relação à própria segurança, é possível desenvolver projetos que solucionem outros tipos de problemas enfrentados pelas empresas. O Estúdio Nômade pensa cada solução de forma personalizada e estratégica, sempre levando em consideração as necessidades das organizações e de seus funcionários. Ambientes de trabalho seguros, que valorizam os colaboradores e geram qualidade de vida fazem toda a diferença para o sucesso da empresa.

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Para conhecer melhor o projeto acesse o nosso e-book sobre segurança do trabalho: