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Nômade

Psico Design, um resgate da essência



Esse é um texto que fala sobre a essência da Nômade existir. Para o leitor que não sabe o que é a Nômade, trata-se da nossa empresa, a qual foi fundada há 12 anos atrás e, como sempre na sua história, passa por constantes evoluções. Nascemos a partir de uma provocação ao discutir o que forma nossa essência, É dessa discussão que surge esse texto "Psico Design, um resgate da essência." Vamos propor a discussão inicialmente através de três diferentes conceitos: atenção flutuante, crenças e inconsciente. Vamos seguir construindo essa reflexão abordando outros conceitos que passam pela nossa prática de trabalho e compartilharemos com vocês.


É preciso prestar atenção em nada para estar atento a tudo, assim se estabelece uma comunicação entre o que é dito e manifesto, com o que está implícito e invisível. Da mesma forma que o terapeuta deve esvaziar-se de si, silenciar seus julgamentos, para compreender o que o paciente transmite como conteúdo para além da fala, o designer deve despir-se dos seus pré-conceitos para perceber as necessidades do usuário, para além das suas queixas. Compreensão e escuta são dois conceitos caros à fusão da psicologia com o design. A transdisciplinaridade enquanto orientação da prática do design com psico é uma proposta que se estabelece na Nômade. Empatia enquanto efeito da relação que se estabelece entre duas ou mais pessoas. Conduzir um processo que une psicologia e design através da Atenção Flutuante é dar espaço para o sensível, tanto na relação com as pessoas, quanto nas organizações. Porém, por mais flutuante, toda a escuta tem seus vieses, não há como escapar das nossas crenças. Tudo que fazemos é baseado nelas, porém nem sempre condizem com a realidade. Isso porque, partem de uma perspectiva particular de interpretação do mundo. Por isso, são tão importantes, dependendo da característica da crença, pode limitar ou ampliar nosso potencial em relação a vida.


Quando há intenção de trabalhar capacidades ou desenvolver novos potenciais, é muito interessante investigar e descobrir a fundação de determinadas crenças, porque elas podem oferecer distorções daquilo que somos ou queremos ser. Muitas das nossas crenças são fundadas em experiências de estresse ou traumas, logo, imprimem uma carga negativa que nos marcam como uma limitação. Dito isso, a mesma analogia se faz presente no âmbito das organizações, quando enfrentam um processo de inovação. Quais crenças limitantes de uma organização merecem ser revistas para absorver uma intenção de transformação? As empresas são feitas por pessoas e suas diferentes gerações de histórias, conquistas, derrotas, cheias de marcas, algumas agradáveis, outras nem tanto. Então, assim como a evolução do ser humano passa por um exercício constante de auto revisão de suas crenças, as organizações se deparam com o mesmo desafio: precisam entender como percebem o mundo, descobrir suas crenças. O mundo que vemos, não é necessariamente o que existe. A influência do inconsciente atua como um vetor de força invisível.


Essa palavra (inconsciente), usada por muitos para expressar a "parte oculta e desconhecida" do que carregamos em nossa bagagem, ou simplesmente para se referir a algo que é involuntário do nosso pensamento ou ações, é na verdade, um conceito fundamental na Psicanálise para a construção do indivíduo. Postulado por Freud (como principal autor), foi sofrendo diferentes leituras críticas, trazendo para o seu entendimento nuances importantes para pensarmos a nossa relação com a realidade. Podemos também dizer que o "inconsciente" é um recurso humano para lidar com as intensidades afetivas que não cabem em nossa consciência. Alguns vão dizer que ele se funda na necessidade de reprimir conteúdos desejantes que vão além do que podemos suportar. Outros vão apontar sua capacidade maquínica, ou seja, seu atributo criativo de produção, para muito além da ideia do recalque. Também há quem diga que existe um inconsciente coletivo, que traz informações ancestrais ligadas aos arquétipos e símbolos, presentes em diversas culturas de diferentes épocas. Fato é que todos nós de alguma forma lidamos com esse mundo oculto quando temos a experiência de sonhar.


Nesse sentido, é interessante pensar o inconsciente como um aliado, uma biblioteca incatalogável, que nos oferece sons e imagens para relembrarmos de nós mesmos e afirmarmos a realidade que queremos. O projetista designer, como qualquer outro ser humano, lida com seu inconsciente ao longo do processo de projeto que está envolvido. Por vezes, pode servir de fonte de inspiração para apontar um caminho de solução ou de dúvida. Em um momento crítico de fuzzy front end, não há método que sustente a melhor escolha do caminho de projeto a ser evoluído. No processo criativo, que é típico do projeto em design, o sujeito designer elabora a sua representação de subjetividade na medida em que age em relação com os outros e as coisas. O inconsciente coletivo, portanto, faz parte dessa dinâmica de projetação, e há de ser acessada como um elemento que está na ordem do sensível, capacidade tão cara na atuação em design.


Esse foi um primeiro ensaio com 3 conceitos importantes para a base do pensamento Nômade nessa fusão PSICO+DESIGN, que fala da nossa origem. Vamos lançar mais textos como esse, trazendo elementos que cruzam a prática clínica e o fazer criativo do projetista, como meios para busca de mais saúde e potência nas relações entre pessoas e empresas.


Aron Krause Litvin

Daniel Muller Caminha





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