Todas as empresas, de qualquer porte ou segmento, têm um fator em comum do qual dependem todos os seus resultados, é um elemento complexo por natureza. Sim, estamos falando das pessoas que atuam na gestão, operação e estratégia do negócio. Os seres humanos são o ponto central de atenção constante para o bom funcionamento de uma organização, por um simples fato: não podem ser programados. As equipes como um todo, líderes e liderados, estão vivendo grandes desafios frente a uma importante ressignificação sobre o sentido do trabalho e seus processos.
Esses desafios podem ser percebidos como grandes mudanças culturais, pois envolvem novos modelos mentais (a maneira como interpretamos a realidade e agimos) que influenciam novos comportamentos. A transformação digital e a crescente automação (atividades humanas substituídas por máquinas) são importantes manifestações das mudanças e do impacto na cultura das empresas.
O contexto atual da pandemia intensifica e acelera todo esse processo. Dados recentes (Brian McCarth, Mckinsey) mostram que avançamos cinco anos na adoção digital de consumidores e negócios em cerca de oito semanas. Também se fala que abrimos uma "janela única de oportunidade" para reestruturação dos modelos econômicos, "a time for a reset", segundo as palavras de Klaus Schwab (CEO do World Economic Forum) quando apresentou o projeto global neste ano, em Davos. Bom, em meio a tantas transformações simultâneas e aceleradas, a ansiedade aumenta e a pressão por produtividade também.
Como fazer para que a pressão dos novos desafios não prejudiquem o desempenho?
Para tentar promover uma produtividade positiva, sem comprometer a saúde do colaborador, muitos líderes estão empenhados em rever a maneira como são concebidas as avaliações de desempenho e melhorar a capacidade de diálogo entre as pessoas e equipes. Para alguns autores contemporâneos e estudos da neurociência e economia comportamental, a construção de ambientes que estimulam a curiosidade e processos que conectam com a sensação de diversão são excelentes dispositivos para fomentar pessoas mais concentradas e satisfeitas com suas entregas, ou o que poderíamos chamar de uma produtividade saudável.
"Podemos usar a mesma programação neural que nos mantém grudados em nossos dispositivos digitais para nos manter engajados em uma tarefa que normalmente seria desagradável." Nir Eyal
Atualização de conceitos, diálogos constantes e compartilhamento de conhecimento podem ser ótimas alternativas para líderes que desejam inspirar as pessoas com as quais trabalham e expandir seu mindset. Para falar um pouco de novas competências e visões sobre o trabalho, vamos abordar conceitos que estão ganhando espaço no mundo corporativo nos últimos anos: o antifrágil, o indistraível e a Análise de Rede Organizacional (ONA)
Esses conhecimentos podem auxiliar na construção de uma linha de abordagem mais atual e inteligente. Nem sempre, novos conceitos podem gerar respostas, mas certamente trazem boas reflexões e perguntas sobre os caminhos que você está traçando. Vamos refletir juntos?
O caos pode ser encarado como uma vantagem?
Para o filósofo Nassim Nicholas Taleb, a resposta é sim. Mas para isso é preciso se tornar antifrágil. Quando retomamos o conceito de fragilidade, pensamos que o contrário disso seria algo forte, robusto ou resiliente. Porém, no livro Antifragile: Things Gain from Disorder, Taleb explica que, itens frágeis quebram quando expostos ao estresse, algo que é o oposto de frágil simplesmente não se rompe (permanecendo o mesmo) quando pressionado. Mas aqueles que passam pelo estresse e se tornam melhores com isso vão além, adquirem a qualidade dessa nova palavra: a antifragilidade.
Na obra, há muitos exemplos de que essa poderosa qualidade é essencial para empresas, governos e até indivíduos que desejam prosperar em um mundo cada vez mais complexo e volátil. Na impossibilidade de trazer as diversas aplicações do conceito, selecionamos alguns pontos interessantes para a reflexão:
- Centralização
Uma economia ou empresa com operações centralizadas irradia os erros do núcleo para todos os demais. Quando há um problema no centro, toda a rede sofre os impactos. Isso torna o sistema frágil. Já a adoção de uma linha descentralizada tende a aprender com erros localizados e transmitir esse conhecimento, ficando cada vez melhor adaptada ao meio.
Como desenvolver sistemas de compartilhamento e troca de informação para fomentar análises mais complexas? Como captar dados de forma mais integrada, conectando diferentes áreas do negócio?
- Intervencionismo ingênuo
Para exemplificar esse problema, Taleb fala da iatrogenia (usada na área da medicina) em que os efeitos colaterais do tratamento podem ser mais prejudiciais do que a própria doença. O interventor, que pode ser um gestor de empresa, acredita que domina as relações de causa e efeito em um mundo que é complexo e assim, tenta consertar com intervenções olhando para as peças, mas sem considerar o todo, acaba gerando mais problemas do que solução.
Na sua empresa, existem gestores cheios de certeza por grandes mudanças? Como evitar o desejo por um grande herói e fomentar a contribuição de todos para uma atenção constante às necessidades de pequenas mudanças?
- Pele em risco
A skin in the game está relacionada à ética em assumir as vantagens e desvantagens por suas atitudes. Nas economias frágeis, há setores e grupos protegidos que não são responsabilizados, ficando apenas com os benefícios. Existe uma transferência de riscos e desvantagens para todos, no sentido de que a sociedade ou empresa sofre por decisões de pequenos grupos, que não colocam a própria pele em risco.
O comprometimento e dedicação é o que todos gestores querem de suas equipes. Como criar acordos transparentes para que o risco em que cada um se coloca seja adequado em relação à posição e responsabilidade que ocupa? Na sua empresa,os papéis e funções são claros?
Além de combater os pontos de fragilidade, pensar e agir de modo antifrágil requer estar aberto aos problemas e obter deles vantagens. Para isso, existem métodos que podem auxiliar os líderes a terem uma visão ampla e conectada da organização por meio de dados, análises de comportamentos e compartilhamento de informação.
Existem formas de analisar conexões espontâneas?
A análise de rede organizacional (ONA) é um conceito que ajuda a compreender a comunicação, as redes sociotécnicas e o funcionamento complexo das relações em uma organização. A ONA já se apresentava como tendência crescente no que diz respeito à análise de pessoas, compreensão de diversidade, inclusão e inovação. Entender os relacionamentos e como eles impactam no comportamento, nas emoções, nas motivações e nos sentimentos das pessoas é ainda mais relevante hoje, frente à descentralização do ambiente de trabalho, as informações também ficam mais dispersas.
Com a ONA, a empresa vai muito além de um simples organograma, descobre líderes naturais, percebe informações valiosas que não estavam sendo mensuradas e consegue alocar as pessoas certas de maneira inteligente no fluxo, sem gerar redundâncias de funções.
Na imagem, você pode visualizar como a ONA exemplifica os laços organizacionais e os seus pontos centrais, assim o líder pode identificar e gerenciar mudanças mais rapidamente e manter a empresa com objetivos de negócios alinhados, sem laços e comunicações paralelas que possam desorientar as pessoas.
Fonte: Organizational network analysis Gain insight, drive smart - Deloitte link
Agora que você já sabe os pilares para desenvolver uma empresa antifrágil em um contexto macro e utilizar os dados que parecem invisíveis por meio da ONA dentro da organização, temos mais um conhecimento, que quando compartilhado e adotado pelos líderes, pode ser uma excelente ferramenta de produtividade saudável com foco na atenção da performance dos indivíduos.
É possível gerenciar distrações?
Uma equipe focada e produtiva, na maior parte do tempo, é o sonho de todo gestor. O ambiente de trabalho, as ferramentas para controle e a própria cultura empresarial podem contribuir ou não para um desempenho mais concentrado da equipe. Porém, a grande diferença é quando as próprias pessoas assumem as responsabilidades pelas suas distrações, controlam suas agendas e fazem com que seus limites sejam compreendidos e respeitados.
No livro Indistractable: How to Control Your Attention and Choose Your Life, o autor Nir Eyal, que é especialista na intersecção entre psicologia, tecnologia e negócios, nos apresenta a palavra indistraível. Com bases na neurociência, o escritor explica que qualquer comportamento é motivado por gatilhos externos ou internos. Ele separa as ações que você pretende realizar (tração) e as que te desviam do objetivo (distração). Exemplos práticos e cotidianos, como decidir ir à academia e desistir, tentar passar um tempo com a família, mas não tirar os olhos do celular, podem ilustrar comportamentos de distração que nos afastam daquilo que realmente desejávamos realizar. Por meio de quatro ações, é possível gerenciar nossas distrações, conforme Nir Eyal:
Ação 1. Dominar gatilhos internos
A causa principal de distração é o desejo de fugir de sensações de desconforto. A própria busca por prazer pode ser movida pelo desejo de superar uma dor ou dificuldade. O ensinamento não é o controle sobre o sentimento, mas sobre a forma de reação.
Ação 2. Tempo para tração
É necessário planejar o seu próprio dia para não depender de qualquer demanda que venha a surgir. Sem saber o que fazer com o tempo, tudo pode ser uma distração. É preciso definir bem os seus valores como ser um pai dedicado, um profissional de destaque ou cuidar da sua saúde física. O autor recomenda ter tempos previamente reservados para o que realmente importa para você e usar tempo que não seja para isso, como olhar redes sociais, somente como uma pequena parte do dia.
Ação 3. Cortando gatilhos externos
As notificações dos smartphones, por exemplo, podem atrapalhar quando você deixa de responder a uma chamada ou perde tempo dando atenção a algo que não estava nos seus planos. Porém, você pode configurar alarmes e lembretes que auxiliem nas ações que você realmente deseja executar.
Ação 4. Realizar pactos
O autor fala sobre três tipos de pactos: pacto de esforço, pacto de preço e pacto de identidade. Você precisa entender se a distração vale o esforço adicional para cumprir um prazo, por exemplo. Se a distração pode, de alguma forma impactar seus recursos e, por fim, se a distração sai da linha daquilo que você quer ter como autoimagem. Exemplo: quando você decide ser vegetariano, isso define uma identidade própria, uma tração mais definitiva. Os pactos podem ser criados também nos ambientes de trabalho, avisando aos colegas de que precisa de um espaço de tempo para concentração, que não irá responder nas próximas horas por uma determinada razão.
Compartilhar esse tipo de conhecimento com sua equipe pode tornar todos mais produtivos, felizes e saudáveis. O gerenciamento do tempo pode ser realizado para metas pessoais e profissionais. Um indivíduo que tem o sentimento de estar empregando seu tempo de modo correto, tende a ser mais engajado e satisfeito.
Soluções digitais para sua empresa potencializar o bem-estar e produtividade
Com base nas necessidades atuais das empresas e nestes novos conceitos, a Nômade desenvolveu uma série de serviços ágeis e digitais, que podem transformar as organizações e gerar resultados positivos para líderes e equipes. A saúde organizacional deve ser um tema urgente no contexto atual. Conheça as soluções:
CUIDAR DAS PESSOAS: objetiva transmitir conhecimentos e exercícios práticos para que indivíduos aprimorem suas condições de bem-estar, ajuda os colaboradores a desenvolverem capacidades de autocuidado, qualificando o trabalho coletivo.
ENGAJAMENTO E COLABORAÇÃO: a solução tem como proposta incrementar a capacidade de diálogo das equipes, prevenindo e transformando potenciais conflitos em sinergia de trabalho.
SAÚDE FINANCEIRA: o programa foi criado para habilitar, com conhecimentos e ferramentas, os colaboradores na sua capacidade de organização financeira a fim de melhorar sua qualidade de vida.
Fique à vontade paraconversar com a gente, expandir essas possibilidades e compreender como implementar esses novos conhecimentos na sua organização.
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